Em entrevista à Lusa, a historiadora realçou que Salazar sobretudo apoiava-se nas mulheres da chamada elite, as mulheres das classes altas, as aristocratas, as monarcas. Curiosamente, recorda, foi o regime salazarista o primeiro em Portugal a conceder o voto a algumas mulheres, às mulheres da elite feminina, às chefes de família e às solteiras que tivessem um curso superior e pagassem determinado imposto, com isso eliminando as mulheres das classes sociais mais baixas, as analfabetas. Mesmo as situações de maus tratos estavam cobertas pelo depósito da mulher casada no lar, que possibilitava ao marido exigir que a mulher se mantivesse na casa familiar, exemplifica. A partir daí, sobretudo a partir da guerra colonial, aumentou sempre exponencialmente a percentagem das mulheres nos mercado de trabalho. As ditaduras fascistas eram elegantemente antifeministas, como disse o próprio homem da propaganda salazarista, António Ferro.
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Tiago Rolino ataca logo a ideia. É um homem europeu, branco, heterossexual e cisgénero que se reconhece no topo da hierarquia do privilégio. Um sistema que considera menos homem quem desafia a norma. Mas a tendência de maior envolvimento do género masculino no crime e em comportamentos de risco é global. Vêm com aquela frase: 'Se queres respeito tens de te dar ao respeito. A artista tem procurado ao longo dos anos informar-se cada vez mais sobre os temas que trata.